Os benefícios da Dança como atividade física


Imagine uma sala agradável, ampla, bem iluminada, com piso lisinho e parede espelhada. Coloque ali dentro alunos interessados em exercitar-se com música e acrescente um professor animado, empenhado em motivar quem chega tímido ou um tanto quanto perdido na coordenação motora e também em atender os mais experientes nessa arte que encanta a todos, a dança. Dessa soma resulta uma aula muito alegre, com música de diferentes estilos do começo ao fim. Esta receita vem sendo aplicada e aprovada pelos alunos em escolas de dança e academias por todo o país.

Segundo a professora Mariana Grifo, 36 anos, que ministra o curso “Ritmos Dançantes”, no Sesc Belenzinho, na capital paulista, um fator positivo desta atividade é a perda calórica, uma média de 300 a 500 calorias a cada 50 minutos de aula, que varia de acordo com a intensidade que se realiza o movimento e o peso de cada aluno, entre outros. Ela conta que os objetivos principais neste tipo de aula são movimentar o corpo, elevar a frequência cardíaca, melhorar a postura e alcançar o bem-estar geral.

Como a atividade física por meio da dança é a finalidade, a técnica do passo não é o foco neste tipo de aula, mas acaba sendo aprendida naturalmente. A frase comum aos iniciantes em classes de dança tradicionais ‘eu não consigo dançar’, também acontece neste tipo de aula, mas mesmo com alunos mais avançados, o trabalho proposto tem movimentos muito simples para que todos se sintam capazes de dançar. “O importante é se movimentar o tempo todo. Cada pessoa vai fazer dentro da sua capacidade. Tem alunos que não conseguem repetir o movimento igualzinho, mas eles estão se movimentando, trabalhando o bem-estar geral”, explica Mariana.

Durante os 50 minutos de aula, a turma aprende, sem formar pares, movimentos básicos de gêneros de dança de salão como cha cha cha, merengue, salsa, forró, bolero, soltinho, zouk e samba de gafieira, e também de ritmos como rock, hip hop, axé e country, entre outros. “Muito da base é a dança de salão. Um ritmo ajuda a aprender outro. Às vezes, a pessoa não consegue seguir o movimento da salsa, mas no merengue ela consegue”, revela a professora.

A maioria dos alunos procura o curso porque gosta de dançar, ou sempre teve vontade de aprender e até então não havia encontrado uma oportunidade, mas também existem aqueles que não são fãs das atividades físicas convencionais. “A aula proporciona o condicionamento físico com a alegria da música. A coreografia é diferente, mexo os braços, pernas e a postura muda para melhor”, revela Maria Antonia Vinhas, 55 anos, que faz o curso há três anos e também já frequentou classes tradicionais de tango e outras danças de salão.

As mudanças físicas, de ordem emocional e até na interação social, são constatadas pelos alunos. Alguns, inicialmente, apresentam grande dificuldade, mas com o tempo identificam o relacionamento dos movimentos com o prazer. “O bem-estar e a alegria são estimuladas nas aulas que trazem uma sensação boa para o corpo e a mente. Convido todos os desanimadinhos a dançarem”, sugere Tereza Coelho, 33 anos, aluna do curso há três meses.

Além de aprender os passos, Francisco Serrano Filho, 70 anos, tem um desafio a mais nas aulas. Ele utiliza aparelho auditivo e precisa ficar próximo da professora e bastante atento para acompanhar os avisos e explicações. Mas isto não o impede de aproveitar as aulas e fazer amizades: “Vou às aulas para me mexer mesmo, os movimentos são essenciais. Também gosto de música. Adoro bolero e escuto sempre que posso”.

Com tantos benefícios, é difícil encontrar quem experimente este tipo de atividade aeróbia e não queira continuar. “Não é uma fórmula mágica, mas a dança traz um bem-estar geral muito grande. Costumo ouvir os alunos dizerem que se sentem felizes na aula e fazem amigos”, finaliza a professora Mariana.

Texto e fotos: Áurea Fortes/Dança em Pauta


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