Paraná - Volta ao Brasil em 27 Danças
Já se passou algum tempo aqui no blog e retomaremos nossa viagem nesta séria espetacular sobre a dança brasileira e sua várias vertentes. Um universo fantástico da dança folclórica, que somente um país transcontinental como o nosso poderia oferecer aos leitores desse blog. Volta ao Brasil em 27 Danças é um projeto audacioso que resolvi encarar e assim trazer de forma organizada e simples um pouco da História da Dança no Brasil e sua influências sofridas por todos os povos que aqui encontraram uma terra de amigos onde puderam crescer e estabelecer suas famílias. Hoje vamos falar sobre o Paraná, um estado bastante desenvolvido da federação e bastante amigável e aconchegante.
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Paraná
O Paraná é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na região Sul do país e tem como limites São Paulo (a norte e leste), oceano Atlântico (leste), Santa Catarina (sul), Argentina (sudoeste), Paraguai (oeste) e Mato Grosso do Sul (noroeste). Ocupa uma área de 199 880 km², pouco maior que o Senegal. Sua capital é Curitiba. Dispõe de 399 municípios, organizados em 39 microrregiões e 10 mesorregiões. Suas cidades mais populosas são Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Colombo.
O Paraná, cujo território abrange toda a extensão da antiga República do Guairá à época do Império Espanhol, era a província mais nova do Império do Brasil, desmembrada da de São Paulo em 1853, tendo como primeiro presidente o senhor Zacarias de Góis e Vasconcelos. Foi criada como punição pela participação dos paulistas na Revolta Liberal de 1842. É também o mais novo estado da Região Sul do Brasil, logo depois do Rio Grande do Sul (1807) e Santa Catarina (1738). O estado é historicamente conhecido por sua grande quantidade de pinheirais espalhados pela porção sul planáltica, onde o clima é subtropical úmido, como nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul enquanto o resto do Brasil é tropical. A espécie predominante na vegetação é a Araucaria angustifolia. Os ramos dessa árvore aparecem na bandeira e no brasão, símbolos adotados em 1947. Atualmente, esse ecossistema encontra-se muito destruído devido à ocupação humana.
No Paraná o Fandango é uma festa típica dos caboclos e pescadores que habitam a região litorânea do estado. É determinado por um conjunto de danças chamadas (marcas), que podem ser bailadas (dançadas) e batidas (sapateadas, usando tamancos de madeira) e algumas valsadas. Há registro de muitas marcas de Fandango, próprias para cada região em que é dançado. Anu, Xarazinho, Xará-grande, Queromana, Tonta, Chamarrita, Andorinha, Cana-Verde, Caranguejo, Vilão-de-Fita, Lageana, Sabiá, Tatu, Porca e muitas outras variando conforme a região. A letra dos estribilhos é fixa, mas os versos são improvisados na hora dependendo da capacidade do cantador. Era costume dançar o Fandango principalmente no período do carnaval. Já que são quatro dias de folia. Antigamente se dava o nome de entrudo ao folguedo carnavalesco. Durante esses quatro dias a população do litoral paranaense não fazia outra coisa senão bater Fandango e comer o Barreado, que é uma comida originalmente do litoral paranaense à base de carne e toucinho e cozido em panela de barro. A música que acompanha o fandango é de autoria dos próprios caboclos e pescadores. O Fandango que chegou ao nosso litoral, veio através de colonos açorianos por volta de 1750. Os instrumentos usados para acompanhar o Fandango são: Violas com cinco pares de cordas incluindo mais meia corda a que chamam de turina, rabeca (espécie de violino rústico) com três ou quatro cordas, e o adufo (pandeiro).
São os próprios tocadores que fabricam seus instrumentos. Para a fabricação das violas e das rabecas é usada a caxeta, madeira mole, leve e fácil de trabalhar e que propicia uma boa sonoridade. Os violeiros desconhecem métodos de afinação, apenas temperam as violas. Temperar a viola significa afinar as cordas de forma que fique harmonioso tocar com as cordas soltas, daí pressiona-se as cordas numa outra região do instrumento e corrige a afinação, pressiona-se em outra região e corrige novamente, assim vai temperando a viola. O salão do Fandango é próprio para dança: uma casa de madeira, com tábuas de assoalho largas e flexíveis para resistir a violência do sapateio, pois o melhor folgador é aquele que bate com mais força o tamanco e que, quando consegue rachar as tábuas do assoalho recebe logo o apelido de machado. O assoalho é separado das paredes, não há forro e para que as batidas ressoem a quilômetros de distância, costuma-se fazer embaixo do assoalho um buraco de uns três metros de diâmetro por dois de profundidade.
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