Métodos de Dança na Escola.
Quando pensamos em estruturar e organizar idéias ou ações educacionais, precisamos desenvolver métodos que possibilitem melhor aprendizado, sendo que os objetivos de ensino devem ir ao encontro das atividades pedagógicas a serem desenvolvidas. Ao aplicá-las, devemos observar alguns parâmetros que nortearão as práticas: os alunos, a sua disponibilidade, a sua aceitação, o local onde serão aplicadas as aulas e o respeito ao curso das outras disciplinas. A escola tem papel fundamental na realização desse trabalho, devendo dar sustentação ao professor e aos alunos, pois sua função é oportunizar a socialização do saber, permitindo que o aprendizado ocorra de todas as formas possíveis.
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De acordo com Nanni (2002, p. 100), “a escola deverá estar sensível ao mundo daqueles que são a maioria: as classes populares e se valer da vontade de fazer chegar a elas conteúdos significativos que tenham relação com sua vida e que permitam a compreensão em si, das coisas que a cercam, e da relação entre ambos”. Na escola, o ensino da dança visa ao processo criativo, devendo estar professor e aluno sempre motivados para as aulas. É de fundamental importância que haja um planejamento profundo e consciente dos objetivos a serem alcançados bem como a utilização de estratégias pluridimencionais que estabeleçam relações entre as demais disciplinas e que permitam ao aluno desenvolver sua personalidade através de seus conhecimentos, de suas habilidades, de seus comportamentos e da própria consciência corporal sobre as individualidades e limitações.
Segundo Le Boulch (1990, p. 15), “a imagem do corpo não está pré-formada, ela é, sendo a expressão de Mucchielli, “estrutura estruturada”. É através das relações mútuas do organismo e do meio que a imagem do corpo organiza-se como núcleo central da personalidade. A atividade motora e sensório-motora, graças à qual o indivíduo explora e maneja o meio, é essencial na sua evolução”. A prática da dança proporciona ao aluno uma ampla consciência corporal em relação ao mundo e às coisas que evoluem com a prática da dança, desenvolvendo a criatividade, a liderança e a exteriorização dos seus sentimentos.
De acordo com Vayer (1984, p.17), “o desenvolvimento da criança, o que a criança é presentemente, é, em todos os casos, o resultado atual das relações e comunicações que estão sempre presentes e condicionam esse desenvolvimento: a pessoa da criança, isto é, seu corpo enquanto meio da relação, o mundo das outras pessoas, a realidade das coisas”.
Devemos, ainda, considerar dentro do programa de Dança/Educação os valores culturais da comunidade escolar onde serão aplicados, por serem parte integrante do cotidiano dos alunos e por proporcionarem a eles um grande incentivo à prática.
Alguns métodos desenvolvidos.
Existem métodos já desenvolvidos por alguns pesquisadores para introduzir os movimentos na música. Segundo Ossona (1988 p. 117):
“a parte melódica da música está relacionada com os níveis: alto (correspondente aos sons agudos) e baixo (correspondente aos sons graves). Nos primeiros tempos far-se-á com que os alunos se movam seguindo esta regra de imitação e também relacionar os graves com a dimensão de largura e os agudos com as figuras estreitas; igualmente poder-se-ão relacionar os sons graves com os planos anteriores e os agudos com os posteriores, trabalhando desse modo com a dimensão de profundidade”.
Outra forma desenvolvida por Nanni (2002, P.171) é a seguinte:
“ligar a frase rítmica-temporal na frase do movimento (ictus inicial, clímax, ictus final); criar ritmos vocais e ligá-los ao movimento; usar palavras (amor, alegria, tristeza, saudade) e ligá-las em seqüência de movimentos, relacionando duração, intensidade, andamento; relacionar planos de execução do corpo e o ritmo temporal; descobrir o ritmo-temporal das linhas e segmentos do corpo em combinação com os movimentos axiais”.
Através do estudo do movimento expressivo, alguns autores definem os movimentos em formas coreográficas, nas quais a dança está relacionada a um tema específico.
Segundo Miranda (1980, p. 58), “sentimentos contrastantes ou não, imagens abstratas, elementos da natureza, uma pintura, uma poesia, uma escultura, um sonho ou até um fato do cotidiano podem ser usados isoladamente ou em combinação como ponto de partida para uma estrutura coreográfica”.
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