Alagoas - Volta ao Brasil em 27 Danças.

Continuando nossa viagem pelo Brasil - Este país lindo e transcontinental - Trazemos mais um estado da federação na Série: Volta ao Brasil em 27 Danças. Citando um pouco de suas peculiaridades e um estilo de dança regional.

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Fonte: Wikipedia - A enciclopédia livre
Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil e está situado a leste da região Nordeste. Tem como limites: Pernambuco(N e NO); Sergipe (S); Bahia (SO); e o oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 27.767 km², sendo ligeiramente maior que oHaiti. Sua capital é a cidade de Maceió.

Dança do Coco Alagoano
Fonte: Espaço Educar

O Coco também é chamado "bambelô" ou "zamba". É um folguedo dançado na região praiana do Norte e do Nordeste, sobretudo em Alagoas. É uma dança de roda ou de fileiras mistas, de conjunto, de pares, que vão ao centro e desenvolvem movimentos ritmados, tendo como destaque o passo da umbigada que, ao ser realizado, anuncia a entrada de outros solistas no círculo. A percussão tem destacada presença na música da dança e é normalmente acompanhada por palmas e sapateados, hoje realizados com tamancos para imitar o barulho dos cocos quebrando.

Sua origem é bastante discutida, há quem afirme que aqui tenha chegado na bagagem dos escravos africanos e há quem defenda a teoria de que ela seja o produto do encontro da raça negra com o nativo local. Conta-se a história que os negros para aliviar as dores do trabalho de quebrar os cocos secos com os pés e embalados pelo barulho que faziam, cantavam e dançavam.

Apesar de mais freqüente no litoral, acredita-se que o Coco tenha surgido no interior de Alagoas, provavelmente no Quilombo dos Palmares, onde se misturavam escravos índios com africanos, no início da vida social brasileira (época colonial).
A dança do Coco continua sendo a expressão de desabafo da alma popular, da gente mais sofrida do Nordeste brasileiro. O Coco, a exemplo de outras danças tipicamente brasileiras, apresenta grandes variedades de formas.

VARIAÇÕES
Variadas são as modalidades, conforme o texto poético, a coreografia, o local e o instrumento de música.
  • Os “Coco solto”, “Quadras”, “Embolada”, “Coco de entrega”, “Coco dez pés”, são referidos pela métrica literária.
  • Os “Cocos de ganzá”, “Coco de zambê”, pela música.
  • Os “Coco de praia”, “Coco de usina”, “Coco de sertão”, pelos locais.
  • Os “Coco de roda”, “Coco de parelhas ligadas”, “Coco solto”, “Coco de fila” “De parelhas trocadas”, “De tropel repartido”, “Cavalo manco”, “Travessão”, “Sete e meio”, “Coco de visitas”, pela coreografia.


Muitos deles caíram em desuso, por causa das influências culturais urbanas e da repressão das autoridades (há um grau de erotismo embutido nas danças), mas ainda são praticados nas festas juninas.

Um dos Cocos mais populares é o de embolada, que se caracteriza pelas curtas frases melódias repetidas várias vezes em cadência acelerada, com textos satíricos (quase sempre improvisados, em clima de desafio) onde o que importa é não perder a rima.
O Coco possui dois ritmos distintos, o "tropé" ou "tropel", que é um sapateado vigoroso, marcado pelos pés descalços ou tamancos pesados e que se ajusta àquele executado nos instrumentos musicais. A umbigada está presente em muitas variantes.
As canções variam de acordo com região, que enriquece o repertório. O Coco é um folguedo do ciclo junino, que é dançado também em outras épocas do ano.

O Coco dançado em Alagoas é diferente do paraibano, do pernambucano e do rio-grandense. Em alagoas o sapateado é mais vivo e mais figurado, e forma-se rodas de homens e mulheres. No centro fica o solista que põe o "argumento", isto é, a melodia do texto. Logo sobressai o refrão cantado pelos demais da roda:

"Venha ver a coisa tá boa
Venha, é um Coco lá das Alagoas".

O solista, no centro, executa requebros e sapateados, passos figurados, inventados na hora. Ao finalizar faz a sua vênia ou reverência. Retira-se, e entra outra pessoa.



INDUMENTÁRIA
Homens: calça listrada, xadrez ou branca, de boca estreita, camisa de meia, sandálias, chapéu de palha.
Mulheres: vestido estampado de cor alegre, mangas fofas, saias bastante rodada, com babados. Nos pés, usam tamancos de madeira que ajudam a sonorizar o ato da pisada no chão.

OS INSTRUMENTOS
O Coco é uma dança do povo e os principais instrumentos são as próprias mãos. As cantigas são acompanhadas pelo bater de palmas com as mãos encovadas, imitando o ruído de quebrar da casca de um coco, daí o nome da dança, de ritmo bem brasileiro.
Usam também zabumba (tambor) "pife", flauta, ganzás, chocalho, viola, pandeiro, cuícas, maracás, bombos.Até o caixão de querosene entra na dança, na falta de um instrumento musical.

O Coco foi a dança preferida pelos cangaceiros. Lampião dançava o Coco em horas de descanso.
Na feira nordestina é um lugar onde se pode ver e ouvir o Coco improvisado, falando das dificuldades, dos problemas sociais e das paixões. É um espetáculo bonito de se observar!

Celebrado por muitos artistas, como Gal Costa, Gilberto Gil e Alceu Valença, o coco foi redescoberto nos anos 90 em Recife, pela via do mangue beat, através do trabalho de grupos como Chico Science; Nação Zumbi e Cascabulho. Eles chamaram a atenção para artistas recifenses contemporâneos, mais próximos da raiz musical, como Selma do Coco, Lia de Itamaracá e Zé Neguinho do Coco.

O coco tipicamente alagoano aparece em quatro músicas: Sebastiana (Rosil Cavalcanti); Cremilda (Edgar Ferreira); A mulher do Anibal (Genival Macêdo)


Fontes: Dança Brasil! - Gustavo Côrtes e Folclore Nacional II - Alceu Maynard Araújo



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