Acre - Volta ao Brasil em 27 Danças
Uma série de postagens sobre um projeto maravilhoso das danças folclóricas do Brasil. Sabendo que é de extrema importância a pesquisa da dança em nosso território nacional trago até vocês esta uma matéria que vai abordar um pouco de cada estado da federação e citar algumas danças típicas. A série vai se chamar: Volta ao Brasil em 27 Danças. Começamos então pelo Acre e vamos seguindo viagem em ordem alfabética pelos nomes dos estados. Sigam a série toda no link do final desse artigo.
O Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no sudoeste da região Norte e tem como limites os estados do Amazonas a norte, Rondônia a leste, a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e oeste. Ocupa uma área de 152.581,4 km², sendo pouco menor que a Tunísia.
Unidades Federativas do Brasil
Fonte: Wikipédia - A enciclopédia livre.
Os unidades federativas do Brasil são entidades subnacionais autônomas (autogoverno, autolegislação e auto arrecadação) dotadas de governo e constituição próprios que juntas formam a República Federativa do Brasil. Atualmente o Brasil é dividido política e administrativamente em 27 unidades federativas, sendo 26 estados e um distrito federal. O Poder Executivo é exercido por um governador eleito quadrienalmente. O Poder Judiciário é exercido por tribunais estaduais de primeira e segunda instância que cuidam da justiça comum.
DANÇA DAS MÁSCARAS
Fonte: Xama Urbano
A máscara é encontrada em diferentes culturas e acredita-se que foi uma evolução das primeiras pinturas e tatuagens que os índios usavam em suas caçadas. Posteriormente, eles se utilizaram da cabeça do animal como camuflagem, permitindo-lhes uma maior aproximação da caça e assim poderiam abatê-la com sucesso. Em seguida, passaram a fazer parte de cerimônias religiosas como símbolos mágicos. Para a maioria dos povos as máscaras simbolizavam seres da natureza, divindades, o reino dos mortos e animal ancestral.
A Dança dos Mascarados era costume muito antigo entre os índios da América do Norte, mas elas também foram encontradas entre tribos que habitam às margens do rio Xingu.
Estas danças de máscaras são para a etnologia de interesse particular pelas analogias, que, quanto a forma das máscaras e outros usos festivos, há entre estes e as danças dos indígenas de Milanesia. É tanta a semelhança que a descrição das danças de máscaras destes, podia-se aplicar às danças dos índios brasileiros Carajás do rio Araguaia. As máscaras por eles criadas todas representam animais, mas não são imitação plástica do animal, como os índios da América do Norte e as Tucunas (praticamente extintos) na região do Acre, sendo que por exemplo, a ave que se representa é apenas indicada por uma propriedade, um ornamento ou uma pluma.
As danças eram acompanhadas de cantigas, cujo conteúdo era o louvor das proezas da guerra e de caça tanto dos indivíduos como da tribo e os mascarados imitavam as vozes dos animais que representavam. Estas máscaras não tem nada ver com culto e estas festas não parecem ter outra origem, senão de aproveitar a ocasião para celebrar uma boa colheita ou caça.
Entre os Carajás, existiu dois tipos de máscaras. Todas elas eram confeccionadas com palha de palmeira, umas são vestidos inteiros com uma espécie de capuz. Este é um cone que se eleva acima da máscara que representa o falcão caracará. A outra, seria um chapéu cilíndrico coberto por um mosaico e lindas penas que indicam a ave representada. Cada aldeia tinha máscaras próprias.
No tempo que antecedia estes festivais, se iniciavam os preparativos: as mulheres cuidavam da comida e bebida e os homens ocupavam-se na caça ou fazendo o vestido das danças. Os cânticos entoados eram muito antigos e a cada animal era reservado um tom.
Mulheres e crianças podiam assistir às danças, mas não poderiam entrar na casa das máscaras, ou vê-las separadas do mascarado, para inculcar-lhes a crença que os espíritos das aves estariam presentes na máscara. Este era o motivo do porque deveria ficar oculto e desconhecido o mascarado.
Sobre a significação destas danças e sobre os animais escolhidos, não existe explicação certa. Talvez pelo amor que o indígena sentia por todos os animais, os reverenciassem desta forma. O sentimento de visível parentesco com o reino animal, que se manifesta nos mitos e lendas também é um traço característico da alma do índio. Eles são hábeis em domesticar animais selvagens. Conta-se que existia aldeias, que mais pareciam um jardim zoológico onde a avefauna predominava. As aves maiores, mais vistosas e de colorido mais belo, lá figuram e contribuem fornecendo plumas ornamentais. As araras tal qual guardas, estão sempre alertas e passeiam pelos telhados, anunciando com seus gritos o estrangeiro.
Teve-se notícia que outras tribos que habitavam às margens do rio Pururús, afluente do Solimões existiu cerimônias com danças de animais e aves, porém não eram usadas máscaras. Entre os Bakairí foram vistas máscaras de aves com toscos de rostos humanos, feitas de madeira (entalhada) e também de pano. Estes têm parte de rostos colados de cera, com fronte e nariz saliente.
Havia também máscara que eram imitações de animais ou aves representadas. Quando se vestiam de "gala", traziam os Baikaikí sobre a cabeça figura de aves feitas de madeira e de palha de milho.
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