Qual o Sentido da Dança? - Parte I
Hoje estaremos inaugurando uma série de matérias para falar de um comportamento enraizado na sociedade como um todo, a dança.
O comportamento humano nos impressiona por sempre estar profundamente ligado a dança. Em outras várias matérias postadas aqui no Mundo da Dança nos deparamos com isso constantemente.
Mostrando como a humanidade sempre se desenvolveu através dos tempos. Com a dança tendo uma representatividade muito significativa entre todos os povos.
Nesta série de artigos vamos falar sobre essa cumplicidade que a dança tem com todos os povos de todas as épocas da humanidade.
Por que dançamos?
Por instinto,vontade de se comunicar ou por prazer, as razões de dançar estão em um só lugar: o cérebro.
Qualquer dança exige movimentos não-perceptíveis em cada passagem
Dançar parece ser um ato tão natural como respirar. E de fato é. Estar em movimento é estar vivo, e usar o movimento para expressar emoções – afeto, temor, raiva, aprovação e recusa – sem outra organização que aquela imposta pela estrutura do corpo e sem orientação além do ritmo é uma das formas mais primitivas de comunicação.
Com o tempo, serviu para atrair espíritos benéficos, exorcizar maldições, potencializar a energia dos astros e a fertilidade da terra.
A mais antiga imagem da dança, datada de 8300 a.C., foi encontrada em pinturas de uma caverna na província de Lérida, na Espanha. Mostra nove mulheres em torno de um homem despido, indicando ritual de fertilidade. No livro World History of Dance, de Curt Sachs, o autor analisa esse desenho como registro de uma dança primitiva que já prenunciava a mítica encenação do deus Apolo cercado pelas nove musas, segundo as representações dos antigos gregos. Logo, a dança começou a ser associada com magia, ritual, cerimônia, celebração popular e, afinal, como simples diversão. Tornou-se um código sofisticado. Cercou-se de orquestra, cenários, iluminação e trajes de gala. Os movimentos ganharam o rigor e a disciplina de um balé clássico. Foram contestados por aqueles que defendem o instinto e a naturalidade como orientadores das respostas aos estímulos rítmicos e musicais.
Conta-se que, quando perguntaram a Isadora Duncan (1878–1927), uma das mais célebres bailarinas do mundo, em que época começou a dançar, ela teria respondido: "No ventre de minha mãe".
Numa pista de dança, num ritual do candomblé ou numa apresentação de orquestra sinfônica, às vezes parece impossível ficar parado. Mas o que nos faz dançar? Mais do que nas pernas, a resposta a essa pergunta está em nossa cabeça.
A Dança em nosso Cérebro.
É sempre assim: toda vez que uma música ou um ritmo são percebidos pelo cérebro, o corpo começa automaticamente a se mexer. A não ser que a mente ordene, não há quem consiga ficar totalmente parado em uma pista de dança na qual se toca música eletrônica a todo volume ou mesmo ao assistir à apresentação de uma orquestra sinfônica.
A explicação para essa compulsão ao movimento está no cérebro, mais especificamente na sua parte central, onde se localizam o tálamo e o hipotálamo, e também no lobo parietal (região lateral do córtex), que reage à música e ao ritmo modulando o caminho dos estímulos (impulsos elétricos) do som.
Essa alteração se reflete com maior intensidade nas áreas responsáveis pelos chamados movimentos de atenção involuntária, ou seja, que independem do controle do córtex. Essas áreas, diretamente relacionadas à memória e à expressão das emoções, estão localizadas no chamado sistema límbico, que envolve a parte mais central do cérebro.
Estabelecida a supremacia do instinto sobre o controle, o corpo passa a se movimentar "sem querer". Ou, como prefere o neurologista Mauro Muszkat, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), "somos arrastados para um estado não-controlado". Mesmo confessando-se um mau dançarino, Muszkat estuda o movimento e, segundo ele, as músicas mais rítmicas provocam essa reação com mais intensidade – daí a incapacidade de o indivíduo impedir o corpo de dançar mesmo quando ouve algo que não lhe agrada. Enquanto a música mais contínua leva o cérebro ao relaxamento, diz o neurologista, a mais melódica provoca o estado de atenção.
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